Das dores
É assim que me classifico
Tudo me dói
No peito, na alma, no fio de cabelo.
Dor por dentro e pelo avesso
Pele, orgãos, mente.
Lamuriosa
É assim que vejo minha vida
Lamúria e desalento,
Presentes no cotidiano.
Todo fato me traz tristeza
Até minha alegria é sem fundamento.
Estático
É assim que enxergo o mundo
Se gira, não sei pra onde.
Rotação e transalação, asneiras.
O universo pára diante de tudo
De minhas dores, minhas lamúrias
Do meu eu, sempre aqui, petrificado.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
segunda-feira, 14 de junho de 2010
aMaZiNg
Parece-me uma eternidade
Duas horas de espera
O relógio é anti-horário
Lentamente arrebatador
Sinto pois o pulso, sim, ainda pulsa.
Um, dois, três...
Não tenho paciência para contar
Nas veias o sangue
Apostam corrida, novamente as hemácias descontroladas.
Um infindável percurso cíclico.
Enquanto as luzes dos carros me cegam
Penso que não há sequer
Um glóbulo de sangue bem-sucedido neste pífio corpo
Pessoas caminham ao meu lado
Me invadem, me ferem com sua indiferença
Não me enxeragam, sinto-me expectral.
À minha frente a cerveja esquenta na noite fria
Entre os dedos, o cigarro fiel.
Distraio-me segundos com a fumaça
Segundos eternos.
Observo mesas e cadeiras
Amarelas e vermelhas
Uma combinação bizarra
Quem liga!?
Bares são todos iguais
Em rubras faces alegres
Ébrios olhares cortejantes
Pessoas desiludidas
Uma ou outra, desilusão em pessoa.
Buscam remédio para a mal do século
Sinto dizer:
Aqui se encontra o vírus.
Sinto saber:
Estou contagiada
Minha espera finda
Não espero nada mais
Levanto, titubeio, caminho.
A faixa contínua entre as pistas me hipnotiza.
A estrada é tão escura.
Duas horas de espera
O relógio é anti-horário
Lentamente arrebatador
Sinto pois o pulso, sim, ainda pulsa.
Um, dois, três...
Não tenho paciência para contar
Nas veias o sangue
Apostam corrida, novamente as hemácias descontroladas.
Um infindável percurso cíclico.
Enquanto as luzes dos carros me cegam
Penso que não há sequer
Um glóbulo de sangue bem-sucedido neste pífio corpo
Pessoas caminham ao meu lado
Me invadem, me ferem com sua indiferença
Não me enxeragam, sinto-me expectral.
À minha frente a cerveja esquenta na noite fria
Entre os dedos, o cigarro fiel.
Distraio-me segundos com a fumaça
Segundos eternos.
Observo mesas e cadeiras
Amarelas e vermelhas
Uma combinação bizarra
Quem liga!?
Bares são todos iguais
Em rubras faces alegres
Ébrios olhares cortejantes
Pessoas desiludidas
Uma ou outra, desilusão em pessoa.
Buscam remédio para a mal do século
Sinto dizer:
Aqui se encontra o vírus.
Sinto saber:
Estou contagiada
Minha espera finda
Não espero nada mais
Levanto, titubeio, caminho.
A faixa contínua entre as pistas me hipnotiza.
A estrada é tão escura.
domingo, 13 de junho de 2010
Vira-lata
Minha vida é cor
Bolsa verde, alma branca,
Unhas rubras e um negro caminho.
Minha bolsa verde exército
Tem pompas e condecorações
Nada fiz para tê-las
Comprei-as somente
Serviu-me bem
Alimentou meu "eu" ultilitário consumista
Oriundo dessa socidade já capitalista.
Minha Alma branca
É lívida, transparente
Herdada de minha tão crente mãe.
Minhas unhas vermelhas
São representações gritantes
Da personalidade despudorada,
Do sangue disparado nas veias.
Hemáceas descontroladas
Queimam o frio corpo, o pulsante coração e a alva alma.
Meu caminho negro escureceu quando aprendi a andar
Caminhei sem destino
Nunca soube onde pisei
Em pontiagudas pedras cortei-me
A água suja encardiu-me
Espinhos envenenaram-me
E nada aprendi
Isso sei e só.
Muitas vezes ainda hei de me machucar
Mas minha ânsia de um dia chegar
É infinitamente maior
Que qualquer dor por mim sentida
Então sigo este percurso sombrio
Com meus pés em viva carne imunda
Deixandas pela estradas finos rastros de sangue
Que escorrem de minhas rubras unhas.
Bolsa verde, alma branca,
Unhas rubras e um negro caminho.
Minha bolsa verde exército
Tem pompas e condecorações
Nada fiz para tê-las
Comprei-as somente
Serviu-me bem
Alimentou meu "eu" ultilitário consumista
Oriundo dessa socidade já capitalista.
Minha Alma branca
É lívida, transparente
Herdada de minha tão crente mãe.
Minhas unhas vermelhas
São representações gritantes
Da personalidade despudorada,
Do sangue disparado nas veias.
Hemáceas descontroladas
Queimam o frio corpo, o pulsante coração e a alva alma.
Meu caminho negro escureceu quando aprendi a andar
Caminhei sem destino
Nunca soube onde pisei
Em pontiagudas pedras cortei-me
A água suja encardiu-me
Espinhos envenenaram-me
E nada aprendi
Isso sei e só.
Muitas vezes ainda hei de me machucar
Mas minha ânsia de um dia chegar
É infinitamente maior
Que qualquer dor por mim sentida
Então sigo este percurso sombrio
Com meus pés em viva carne imunda
Deixandas pela estradas finos rastros de sangue
Que escorrem de minhas rubras unhas.
terça-feira, 8 de junho de 2010
Sunday Smille
Tenho licença poética
Digo o que penso
Na hora que quero
Não que alguém a tenha me concedido
Eu apenas a tenho
Porque quis ter
porque sei escrever
Porque sei falar
Nunca soube distinguir o que aprendi primeiro
E me permito rir das desventuras
Chorar pelas perdas
Louvar minha subvida
Gosto de apreciar a lua cheia
O céu nublado
E o nascer do sol
Cultivo antigos amores
Serão futuros companheiros
Valorizo as amizades
Para nunca me sentir só
Como alimentos saudáveis
Tentando compensar o cigarro e a bebida
Todos querem longevidade
Pretendo chegar aos 100, nesse ritmo.
Vejo a beleza no feio
A feiúra no belo
Tudo me encanta
Até mesmo o que desprezo
Amo as cores
Do alvo ao negro
Também aquelas inclassificáveis
A palavra me desnorteia
Principalmente quando se apresenta em versos
Porque sou norte, sul, sudeste e nordeste.
Porque sou centro.
Sem fantasia
Prazer!
Eu sou mais um ser humano
Tenho certa idade, endereço tal,
E uma história
A amarga história de uma mãe viúva
Mulher confusa e seus sete filhos
Muito bem mal criados por sinal
A mãe que sofreu, chorou, endureceu.
Seus meninos lerdos, suas meninas espertas
Muito prazer!
Eu sou a caçula
Aquela da vida mais fácil
Do sofrimento da viúva
Sei apenas o que ouvi falar
Minha mãe me disse um dia:
" A tristeza veio com você e foi por você que ela se foi"
Quando cheguei a esse mundo
Nem era tão esperada
Depois de seis crianças
A sétima é só mais uma
Mas me esperaram bem
Quando eu cheguei, ele se foi.
Fui então mais um bebê sem pai
Como meus irmãos e outros tantos.
O tempo passou
Cresci, fui militante, pseudointelectual
Desconstruída enfim
E novamente, muito prazer!
Hoje sou ruínas, nada mais.
Eu sou mais um ser humano
Tenho certa idade, endereço tal,
E uma história
A amarga história de uma mãe viúva
Mulher confusa e seus sete filhos
Muito bem mal criados por sinal
A mãe que sofreu, chorou, endureceu.
Seus meninos lerdos, suas meninas espertas
Muito prazer!
Eu sou a caçula
Aquela da vida mais fácil
Do sofrimento da viúva
Sei apenas o que ouvi falar
Minha mãe me disse um dia:
" A tristeza veio com você e foi por você que ela se foi"
Quando cheguei a esse mundo
Nem era tão esperada
Depois de seis crianças
A sétima é só mais uma
Mas me esperaram bem
Quando eu cheguei, ele se foi.
Fui então mais um bebê sem pai
Como meus irmãos e outros tantos.
O tempo passou
Cresci, fui militante, pseudointelectual
Desconstruída enfim
E novamente, muito prazer!
Hoje sou ruínas, nada mais.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Na cama de gato em que me deito
Há novelos, areia, muita merda
Meu gato tá descalço
Eu uso suas botas
Emaranhados no envolto de lã
Mais fugimos, mais presos estamos
O gato, com seus gigantes olhos a me observar
Á zombar de mim
Chamando-me fraca
No desespero da superação
A areia derrete ao calor do meu corpo
Trasmutando em vidro ao contato com o gélido coração
Mesmo com a botas, firo os calcantes
Chagas profundas
Nunca cicatrizarão
Ademais não desisto
É fardo oneroso
Mas tenho obrigação hereditária de vencer
Amputo meus pés
Chego ao fim me arrastando
Grasnindo sozinha
Com a face suja da merda
Do gato que se foi.
Há novelos, areia, muita merda
Meu gato tá descalço
Eu uso suas botas
Emaranhados no envolto de lã
Mais fugimos, mais presos estamos
O gato, com seus gigantes olhos a me observar
Á zombar de mim
Chamando-me fraca
No desespero da superação
A areia derrete ao calor do meu corpo
Trasmutando em vidro ao contato com o gélido coração
Mesmo com a botas, firo os calcantes
Chagas profundas
Nunca cicatrizarão
Ademais não desisto
É fardo oneroso
Mas tenho obrigação hereditária de vencer
Amputo meus pés
Chego ao fim me arrastando
Grasnindo sozinha
Com a face suja da merda
Do gato que se foi.
"Idiossincrasia"
Escutando ao longe
Vozes, Sons, ruídos
Numa Mescla, é música.
Isolados não suporto
Muito necessita concentrar-se
Distingui-los é monótono
Gosto do alvoroço da multidão
Pífia, idiocêntrica, Irracionai.
Apresenta -me a verdade do ser
Sinto -me parte dela
Não há obrigação de destaque, superação
Sou um mais do meio
Seguindo pés avulsos
Como cães na madrugada
Minha avó dizia na sua senilidade insâna
Os cães uivam ao ver espiritos
Ultilizando sua visão axiológica
Somos nós, a plebe desencarnada
Á ranger os dentes um para o outro.
Vozes, Sons, ruídos
Numa Mescla, é música.
Isolados não suporto
Muito necessita concentrar-se
Distingui-los é monótono
Gosto do alvoroço da multidão
Pífia, idiocêntrica, Irracionai.
Apresenta -me a verdade do ser
Sinto -me parte dela
Não há obrigação de destaque, superação
Sou um mais do meio
Seguindo pés avulsos
Como cães na madrugada
Minha avó dizia na sua senilidade insâna
Os cães uivam ao ver espiritos
Ultilizando sua visão axiológica
Somos nós, a plebe desencarnada
Á ranger os dentes um para o outro.
Assinar:
Postagens (Atom)