Minha Linguagem é camisinha
Para todas as raças
Todos os tamanhos
Enfim PARATODOS.
O coloquial me assemelha à pessoas comuns
Consequentemente me distancia
Da maioria de meus heróis.
Camões e Bilac não há.
Dos Anjos foi devorados pelos vermes.
Porém Machado há
Senão nos versos, nas entrelinhas, nas ironias,
E em cada palavra simples.
Oswaldo é presença sempre
No meu livre pensar.
Clarisse também não me deixa
Comigo no sentimento aflorado
No introspecto nossas mãos escrevem.
Ah! Florbela, tão bela no nome,
Com irradiante beleza no penar
Nos assemelhamos no acumulo de soferes.
Ao dizer que escrevo PARATODOS, minto.
Não escrevo para pseudointelectuais esnobes.
Meus versos não são arte
Escrevo como desabafo
Puramente egoísta
Se o faço bem, é irrelevante.
Nunca precisei chorar ou gritar
Eu escrevo e preciso ser compreendida.